Quando eu tinha 18 anos, fui chamada para uma entrevista de emprego em uma escola que ficava pertinho da minha casa, o TFLA. Eu nem desconfiava do impacto permanente que isso traria para a minha vida. Além de ter sido bem treinada e apoiada, eu tinha amigos – que permanecem até hoje, um chefe generoso e inteligente e um ambiente muito colaborativo, amigável e divertido. Oficina de bateria e de teatro, gincanas, viagens com alunos, dias de plantar árvores, festas de Natal e Halloween… Tudo isso me empolgava e me fazia querer dar o sangue (como você pode ver nas fotos haha).
Quando me tornei coordenadora, aos 22, se somou a tudo isso o desafio incrível. Era responsável pelo recrutamento de novos monitores e professores, treinamento individual deles, preparação e execução de workshops, escuta de aulas e feedback, criação de material didático e formulação de provas. Tinha também contato frequente com editoras, e auxiliava professores na preparação de aulas.
Alguns anos depois, mudei de cargo. Fazia atendimento virtual e presencial a
pais de alunos e alunos, acompanhamento pedagógico de alunos com questões disciplinares e/ou de aprendizado, entrevistas de nivelamento para entrada de novos alunos na escola, gerenciamento de alunos desistentes ou com tendência a desistência, gerenciamento de feedback para melhoria da estrutura e do funcionamento da escola, orientação pedagógica a professores e monitores.
Eu amava trabalhar ali. Mas uma hora decidi sair – e o porquê disso fica pra outro post.
Onde eu quero chegar com esse aqui, então? Só posso ser a consultora de professores que sou hoje porque passei por tudo isso muito atenta, com a mente e o coração abertos. Aproveitei cada ocasião ao máximo, sem saber que todas essas habilidades desenvolvidas seriam fundamentais para o trabalho que me proponho a fazer agora. Tudo que aprendi está hoje a serviço da autonoME.
Sei DEMAIS que nem toda escola é assim, que o meu privilégio foi gigante. Longe de mim vir com papo de coach ou positividade tóxica. Se for uma escola com dinâmica abusiva e onde alunos desrespeitam professores, sair de lá é URGENTE, TÁ?! Conte com a gente. Fora essa ocasião, já parou pra pensar que aquilo que você está vivendo agora pode te ajudar a ser autônomo no futuro? Como lidar com pessoas (às vezes difíceis), como planejar bem uma aula dentro dos moldes impostos (para que depois você se livre deles com consciência), como ter disciplina para acordar cedo (e depois poder escolher o horário que for melhor para você)… Tudo o que você está vivendo vai te orientar.
Vai lá! Pega o boi pelos chifres, se vista de Fiona, cante e toque bateria mal para a escola inteira, SE JOGA. Viver o seu presente, mesmo que não seja o que você sonha ainda, vai te preparar. Um dia você vai agradecer por ter construído seu caminho e a sua base para a autonomia.
O que você anda fazendo muito bem que pode te ajudar no futuro? Conta pra gente?
Joyce Campos
